É hoje que o antigo Ministro das Finanças e deputado da Assembleia da República, Manuel Chang, volta a ser ouvido por um tribunal sul-africano, pendente a extradição requerida pelos Estados Unidos da América, para que seja julgado em relação às dívidas ocultas contraídas ilegalmente em nome do povo moçambicano. A Procuradoria Geral de Moçambique, está neste momento tudo a fazer para que Manuel Chang volte ao seu país e seja cá julgado. A Instituição alega haver já um processo a correr localmente contra Manuel Chang e outros 17 arguidos por isso de tudo fará para que Chang viaje para Maputo e não os EUA. A opinião pública, entretanto, questiona o facto de a detenção ter ocorrido a mais de uma semana e só agora a justiça moçambicana se pronunciar. Há quem ainda alega que tal detalhe processual usado como justificativa pela PGR, foi criado nos últimos dias para evitar uma possível extradição do ex-Ministro das Finanças. Receasse que Chang poderá ser silenciado uma vez em liberdade e de volta ao país, afinal o processo da contração das dívidas envolveu muito mais pessoas ligadas ao poder político na altura.
Seria o desenrolar de um novelo de la, um efeito domino, que de certeza incriminaria muito mais gente que até agora encontra-se “protegida” por um regime que eles mesmos ajudaram a criar. A base para tais alegações residem no silêncio da PGR, a validação da dívida, de oculta para soberana, tendo o Estado assumido total responsabilidade, num processo carimbado pela bancada maioritária na Assembleia da República a representar o partido no poder. E faz algum sentido, afinal o processo não se extingue com a libertação de Manuel Chang e eliminando alguns actores envoltos no mesmo, dificultaria o andamento do processo e consequentemente a não responsabilização dos excelentíssimos desconhecidos.
Papo recto, qual devia ser a posição de Manuel Chang? Volta a Moçambique ou pede que seja enviado aos Estados Unidos da América?
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