1. Os bancos comerciais decidiram pagar a dívida de USD 5 milhões à BizFirst, a empresa provedora do Software, a quem a SIMO e o Banco de Moçambique recusam se a pagar.
Segundo apurou o CanalMoz em Lisboa, onde a empresa está sediada, a transferência dos USD 5 milhões pode estar já em curso.
Os bancos comerciais já haviam apresentado essa proposta na reunião que tiveram ontem, segunda-feira, com o governador Rogério Zandamela, mas este disse aos bancos que já não quer saber mais da BizFirst, narrativa que voltou a contar esta terça-feira na Comissão do Plano e Orçamento da AR. Tudo indica que os bancos vão avançar sozinhos porque dada a incerteza que se vive já perderam muito dinheiro e não estão a conseguir responder às operações de caixa e horas extras. Os bancos comerciais tiveram a autorização política do Primeiro-Ministro
2. Os representantes dos bancos filiados na Associação Moçambicana de Bancos estiveram reunidos hoje com o Primeiro Ministro e ofereceram-se para pagar o valor exigido pela BizFirst para levantar o sistema. O acordo alcançado hoje afasta a Rede SIMO da relação com a empresa portuguesa. Os bancos comerciais vão a partir de amanhã rubricar contratos bilaterais com a BizFirst e pagarão na totalidade 3 milhões de Euros por uma renovação da licença por tempo indeterminado e 500 mil Euros para um ano de manutenção. O Banco de Moçambique que não queria se envolver com o BizFirst acabou cedendo a uma pressão política. Logo que todos os bancos pagarem o valor de cada fatia, o sistema vai ser levantado. A BizFirst fez uma exigência: entraria no acordo com a banca comercial desde que a SIMO não fosse envolvido.
Esta manhã em Maputo a SIMO Rede esteve reunida em Conselho de Administração no exacto momento em que o Governador Rogério Zandamela esteve a prestar informação na AR. Zandamela anunciou no parlamento uma solução sem consultar os restantes accionistas da SIMO Rede. Ele disse que um novo provedor iria ser contratado para implantar novo software. Não detalhou se o processo passaria por concurso. Nem disse o nome. Carta de Moçambique sabe que se trata da Euronet.
O anúncio de Zandamela agudizou uma relação de mal estar entre o banco central e os bancos comerciais sobretudo no tratamento deste caso. A opção para um novo provedor arrastaria a crise por cerca de um ano, tempo necessário para implantação de um sistema totalmente a partir do zero, com largas perdas para a banca comercial.
A escolha da Euronet, sem concurso nem consulta, enervou as principais "boardrooms" da banca em Maputo, que sempre consideraram que a solução mais prudente era pagar a BizFirst, ganhando-se tempo para a contratação de novo provedor. O nome da empresa já estava na mesa dias atrás mas ninguém esperava que ela entrasse agora para fazer a actual gestão de contingência em função da crise. A Euronet é a actual provedora para banca electrónica do BIM.
O que Zandamela anunciou no parlamento corresponderia a uma "solução-ponte", em que os bancos se integrariam na rede do BIM, transitoriamente, até que a implantação do novo software ficasse concluída daqui a meses. Essa perspectiva de integração de todos na rede do BIM (rejeitada pelo BIM) levantava considerandos de ordem comercial, de acordo com uma fonte sénior de um dos bancos afectados.
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